Depois de algum tempo em contato com diferentes tipos de empresas, tive a oportunidade de conhecer muita gente.
Pessoas com perfis absolutamente diferentes, cada um com sua origem, cultura, formação e por que não dizer, diferentes formas de pensar, sentir e agir. Ao longo do tempo, dentre várias constatações, pude perceber uma evidente tendência da pequena e média empresa a não dar a devida atenção ao perfil de quem ela contrata, olhando quase sempre, apenas o salário que este profissional irá receber. Com o agravamento de crises sistêmicas, e o Brasil é campeão mundial delas, isso fica ainda mais evidente. De um lado, o acionista controlador ou gestor, se vê obrigado a estreitar ao máximo o nível de gasto da empresa, de outro, o elevado nível de desemprego eleva a oferta de candidatos. Em muito dos casos, isso faz com que vários deles apliquem para oportunidades cujo seu perfil e qualificação estão acima daquilo que a posição demanda. Isso é, por si só, um grande potencial de frustração. Em primeira mão, não se pode massacrar um gestor por almejar uma significativa redução em sua folha de pagamento. Porém, alto lá, isso deve ter algum limite. O gestor deve ter sempre em mente que se trabalha buscando o crescimento, o bom resultado, portanto, dilacerar sua organização renunciando a bons profissionais pode ser desastroso. Nesse momento de crise, é importante saber quem reter na sua empresa e, da mesma forma, o que é preciso para retenção de cada profissional. Quanto mais capacitado o profissional, maior a sua possibilidade de reação a situações problema e é por isso que ele vale mais. A remuneração de um profissional capacitado não deve ser medida apenas pelo que ele faz, mas também pelo que ele tem capacidade de fazer em uma situação de crise. Nesta hora, uma aparente economia pode custar bem mais caro. Um outro ponto de vista importante, está voltado para a oportunidade de, nesse momento de crise, trazer para sua empresa profissionais com maior grau de preparo e experiência, visto que eles estão disponíveis no mercado. Existe um preconceito muito grande no mercado hoje no que tange à contratação de profissionais tidos como “super qualificados” para uma determinada posição. É muito comum se afirmar que um profissional melhor capacitado trataria uma posição menos desafiadora, como um trampolim para o seu próximo projeto, mas isso não necessariamente é uma verdade absoluta. Um bom profissional pode fazer de uma oportunidade pequena, um grande desafio. De certa forma, isto está mudando mais rápido que a percepção dos especialistas em atração de talentos nas empresas. Nesse momento de crise, empresas podem atrair bons profissionais disponíveis no mercado venham compor suas bases de talentos. É fato que um certo cuidado se faz necessário e você terá de lançar mão de várias ferramentas para reter o profissional que você atraiu. Não se pode trazer um canhão para matar uma mosca, pois quando o canhão dispara, o barulho é grande e isso pode gerar problemas internos. Da mesma forma, não tente matar um leão usando um estilingue.
Sou um otimista nato, acredito que bons talentos na sua empresa certamente contagiarão o restante da organização, levando a um fortalecimento da estrutura como um todo. Isso pode tornar sua empresa mais capacitada a reagir a situações adversas. É claro que ao longo do tempo, a empresa acabará por perder bons profissionais, mas isso é um risco do negócio e você acionista precisa saber lidar com isso. O momento permite a você atrair boas cabeças para o seu negócio. Faça com sabedoria e crie elementos para reter quem você contratou.